quinta-feira, 6 de maio de 2010

Demolição da Torre Cápsula

Os residentes da Torre de Cápsulas, que Kisho Kurosawa desenvolveu em 1972, contiuam pedindo a demolição do prédio. Nicolai Ouroussoff, do New York Times, argumenta sobre o permanência de alguns marcos históricos e porque alguns deles são preservados e outros não.

Argumento:
"For many of us who believe that the way we treat our cultural patrimony is a fair measure of how enlightened we are as a society, the building’s demolition would be a bitter loss. the capsule tower is not only gorgeous architecture; like all great buildings, it is the crystallization of a far-reaching cultural ideal. Its existence also stands as a powerful reminder of paths not taken, of the possibility of worlds shaped by different sets of values."

Ele quer dizer com esse parágrafo resumidamente que para aqueles que acreditam no patrimônio cultural, a demolição da torre seria uma grande perda. Ele diz que ela alem de ser uma incrível arquitetura, é a idealização de um ideal.

Foto atual da torre:



A estrutura do edifício encontra-se danificada, nenhuma instituição está interessada no seu restauro e os moradores já aprovaram a sua demolição à dois anos, o edifício se ainda está de pé é graças à crise financeira e não pela compreensão do seu interesse histórico. No entanto a sua demolição seria uma grande perda, a obra maestra de Kurokawa foi construída num momento em que o movimento metabolista começava a ceder, a estrutura constituída por 140 cápsulas foi concebida como uma espécie de hotel para pessoas de negócios que trabalhavam num elegante bairro de Ginza (Tokyo). No interior, cada apartamento é tão compacto como uma cápsula espacial, de lado há uma parede com uma bateria de electrodomésticos e armários, uma casa de banho do tamanho da de um avião e no canto oposto uma cama localizada ao pé de um grande óculo que se debruça sobre a atmosfera e liga a cidade ao pequeno modulo habitacional.

Mas, a importância do projecto está mais relacionada com as suas inovações estruturais e de como ela estabelece as opiniões do metabolismo sobre a evolução das cidades. Cada uma das cápsulas de betão foram armadas numa fábrica, incluindo detalhes como os tapetes e a adaptação das casas de banho. Em seguida, enviou-se para o local e montou-se uma por uma no aço e betão que abrigavam os elevadores, escadas e sistemas mecânicos do edifício. Assim, em teoria poderia-se juntar ou retirar cápsulas ao edifício, criando um sistema completamente flexível que pudesse adaptar-se às necessidades de uma sociedade em constante mudança. A construção tornou-se um símbolo das ambições tecnológicas do Japão e da existência cada vez mais nómada dos executivos. 


Certamente seria muito difícil recuperar essa visão hoje. O edifício nunca foi, na realidade, muito flexível para incorporar e retirar cápsulas devido aos elevados custos. A ideia da cápsula tinha limitações evidentes e a falta de manutenção causou uma grave deterioração da estrutura e, consequentemente a qualidade de vida dos seus poucos moradores.

Dia 15 de abril foi tomada a decisão de demolição da torre capsula, sendo construído no lugar uma nova torre de 14 andares, apesar da resistência do seu arquiteto criador Kurokawa, que vinha defendendo a flexibilidade da construção e vinha propondo a modernização da torre, trocando as capsulas antigas por unidades mais modernas. 

Fontes:

Imagens internas da Torre Cápsula