












Objeto para si
O conceito do projeto da Torre Cápsula foi com certeza bastante inovador, ele veio a quebrar todos os preceitos da arquitetura mundial já existentes e foi a primeira arquitetura Cápsula construída para o real uso, colocou em prática as idéias do metabolismo, através de Kisho Kurokawa, o líder do grupo metabolista e seu arquiteto, que viu no projeto a essência da reciclabilidade, que tornou-se um protótipo do que seria a arquitetura sustentável. Isso se deu pelo fato das capsulas serem separadas por módulos, o que em tese facilitaria a substituição ou alteração de cada unidade após o passar do tempo, também podendo mudar a disposição dos módulos e criar ambientes diferentes. A obra foi considerada um dos principais exemplos do movimento metabolista, já que ele tinha como objetivo mesclar elementos de humanismo com estruturas adaptáveis e flexíveis, o mesmo conceito da torre Cápsula.
Notamos através das pesquisas que o projeto trouxe a tona principalmente no Japão, o desafio de saber se a produção em massa poderia expressar uma nova qualidade, já que o Japão modernizou-se sem que cada indivíduo pudesse criar sua própria habitação de acordo com o seu gosto e capacidade econômica.
Outro conceito para os projetos metabolistas, incluindo a torre, era o de criar uma idéia própria de arquitetura e competir com as invenções criadas pelos arquitetos ocidentais, criando um estilo próprio, porem mais engajado nas necessidades mundiais. Esse grupo de arquitetos metabolistas que mais cedo obtiveram influência forte do brutalismo de Le Corbusier provaram ser mestres do design com muitas outras construções do tipo e ainda exposições. Foram muitos exemplos, como: o Sky Bulding no. 3, Tóquio (1971), de Youji Watanabe, o Castelo de Juventude Kibogaoko, de Tatsuhiko Nakajima, Shiga (1973) e o Centro de Comunicação Yamanashi, Kofu (1964 - 1967), de Kenzo Tange, um importante arquiteto, mais velho dentre os outros do grupo.
Podemos notar que a intenção do arquiteto era expressar a visão de uma sociedade em constante desenvolvimento e mutação, e isso pode ser bastante observado com a torre Cápsula e também pode ser observado com a mesma intenção em cidades oceânicas, aéreas, unidades agrícolas, unidades residenciais moveis e estruturas helicoidais por exemplo.
Resumindo, o conceito da torre Cápsula tem base nos sistemas tecnológicos e nos sistemas de agregação de cápsulas residenciais, crença num novo tipo de revolução tecnológica. Ênfase no planejamento sistemático devido às questões energéticas, crescimento continuo e preocupação teórica quanto a criação de mega-estruturas transformáveis.
Tudo isso na teoria deu muito certo, mas agora mais de 30 anos após a construção, podemos finalmente analisar o prédio vendo se os resultados almejados em conceito vieram realmente a acontecer. Ao discutirmos, notamos que apesar de inovador, o projeto praticamente que obriga a troca das capsulas após um período de tempo, e apesar da estrutura ser feita a estar facilitando tal troca, nem sempre ela será vantajosa nas questões de tempo e dinheiro, já que dizem os estudos que levaria-se alguns meses para finalizar o prédio e elevados custos.
Hoje em dia o prédio encontra-se bastante precário, e os moradores insistem na sua demolição, exatamente pelos motivos citados, dessa forma, tornou-se muito difícil recuperar a visão da reciclabilidade de 30 anos atrás hoje em dia. Também contribuiu para isso, a falta de manutenção, que acabou ocasionando deterioração da estrutura e grande queda na qualidade de vida dos seus moradores, que hoje em dia não são muitos.
Apesar de ser a opção mais rentável, nosso grupo não defende a demolição, já que acreditamos no patrimônio cultural, e sabemos, que além de ser uma incrível arquitetura, é a idealização de um ideal. Até hoje a torre é lembrada como um marco e isso por si só já se torna um motivo para a preservação da mesma.
Acreditamos sim, na importância que o movimento e consequentemente a obra tiveram na arquitetura do Japão e também na mundial, esse não necessariamente será o modelo de construção ideal para a revivificação do conceito, mas com certeza foi imprescindível a sua existência para uma melhor compreensão das estruturas adaptáveis.
O último quartel do século passado foi
marcado pela intensificação do debate
sobre a relação entre CIDADE e MEIO
AMBIENTE, fruto dos questionamentos
dos princípios do urbanismo moderno,
dada a crescente situação catastrófica
das metrópoles e o quadro de alienação
do homem contemporâneo.
è A segregação espacial, tanto étnica
quanto social, nas grandes
concentrações urbanas, assim como
os problemas decorrentes de uma
postura predadora em relação à
natureza e seus recursos, fizeram com
que surgissem críticas, desde o
segundo pós-guerra, ao funcionalismo,
estandardização e suburbanização da
cidade, alegando sua monotonia e
forte ênfase ao individualismo.
Paralelamente à abertura interdisciplinar
que ocorreu na área do planejamento
urbano e o amplo desenvolvimento do
desenho urbano, ocorridos entre as
décadas de 1960 e 1970, as UTOPIAS
URBANAS eclodiram com o avanço da
Era da Informática, da Contra-Cultura, da
crise energética e do despertar ecológico.
è Embasadas pelas críticas
empreendidas pelo urbanismo
humanista, assim com pelas idéias
difundidas desde dos anos 50 por
nomes como Herbert Marcuse (1898-
1979), Burrhus F. Skinner (1904-90),
David Riesman (1909-2002) e os
irmãos Goodman, surgiram 02 (duas)
vertentes utópicas:
Ø TECNOTOPIA: solucionava os
problemas através da tecnificação
de ambientes (tecnocentrismo);
Ø ECOTOPIA: voltava-se para o
resgate da relação harmoniosa com
a natureza (ecocentrismo).
A idéia de assentamentos humanos sociais e
ecologicamente sustentáveis ganhou força a partir
dos anos 70, em especial, após a Contra-Cultura,
que apresentou comunidades alternativas,
embasadas no desejo de se abandonar um modelo
de vida dominante e apontar um possível caminho
para a sustentabilidade urbana.
TECNOTOPIA
Em meados da década de 1960, uma
nova geração de arquitetos apresentou a
utopia em resposta ao descontentamento
produzido pela situação da arquitetura e
urbanística modernas. Suas proposições
– na maioria inviáveis – serviram de
germe do futuro, associando algumas
aspirações físico-espaciais com
possibilidades científico-tecnológicas, as
quais ocorreriam num futuro próximo.
è Denominou-se TECNOTOPIA o
conjunto dessas propostas que,
baseando-se em parâmetros técnicoconstrutivos,
desenvolveu propostas
de espaços fantásticos, especialmente
através de grupos de vanguarda. A
arquitetura tecnotópica fez pesquisas
sobre novas tecnologias e
agenciamentos espaciais, acabando
por influenciar toda a produção
ficcional, em especial, a televisão e o
cinema17 dos anos 60 em diante.
Os tecnotopistas propunham espaços variáveis e
multifuncionais, principalmente através da
reciclagem de elementos móveis, que seriam
agregados a estruturas primárias fixas
normalmente destinadas à circulação e aos
serviços; além de criarem megaestruturas
adaptáveis por encaixes, deslizamentos ou
acoplamentos; e emprego de películas
pneumáticas móveis e de “células” sintéticas.
è Criticados por desconsiderarem os
pontos de vista de sociólogos e
psicólogos, criaram uma metodologia
pseudo-científica que incentivava
escolhas libertadoras em prol da
fundação de uma civilização urbana
não-alienada, associada à máquina e
voltada à eficiência técnica e à
qualidade do ambiente construído.
Grupos idealistas:
METABOLISMO (1959)
ARCHIGRAM (1961)
ECOTOPIA
A defesa do retorno do ser humano à
natureza esteve sempre presente na
evolução do pensamento utópico desde a
Renascença, mas foi a partir da
Revolução Industrial (1750-1830) e de
suas conseqüências que passou a ser
teorizada por meio dos ideais românticos
e naturalistas, revestindo-se de uma força
sem igual na década de 1960, quando o
colapso do modelo econômico capitalista
e a situação catastrófica das metrópoles
pareciam inevitáveis (CASTELNOU, 2005).
è A palavra ECOTOPIA foi utilizada
pela primeira vez em 1877 no livro A
crystal age (Uma era de cristal) , do
ornitologista e escritor naturalista
britânico, de origem argentina, William
H. Hudson (1841-1922) , que ficou
mais conhecido por seus romances
exóticos, embora tenha escrito sobre
ornitologia e ruralismo.
133
Com o despertar ecológico da década de
1970, a ECOTOPIA passou a ser uma
das alternativas de postura em relação ao
acelerado avanço da tecnologia e da
sociedade de massa, fortemente marcada
pelos mecanismos de alienação e
consumo. Com bases literárias bastante
fortes18, encontrou subsídios para se
difundir como uma nova proposta de
reintegração homem/natureza e do
restabelecimento da harmonia ambiental.
Movimentos Idealistas:
ECO-ANARQUISMO
SURVIVALISMO
Fonte:
www.istoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_apostila_parte_2.pdf
Blog criado com o intuito de divulgar mais informações sobre a obra arquitetônica Torre Cápsula do arquiteto Kisho Kurokawa de 1972, e suas outras obras e informações, enquanto nosso grupo de estudantes de arquitetura da Universidade de Fortaleza montamos uma maquete da obra, podendo, ao final, mostrar o resultado da mesma.