sábado, 15 de maio de 2010

AS UTOPIAS URBANAS

O último quartel do século passado foi

marcado pela intensificação do debate

sobre a relação entre CIDADE e MEIO

AMBIENTE, fruto dos questionamentos

dos princípios do urbanismo moderno,

dada a crescente situação catastrófica

das metrópoles e o quadro de alienação

do homem contemporâneo.

è A segregação espacial, tanto étnica

quanto social, nas grandes

concentrações urbanas, assim como

os problemas decorrentes de uma

postura predadora em relação à

natureza e seus recursos, fizeram com

que surgissem críticas, desde o

segundo pós-guerra, ao funcionalismo,

estandardização e suburbanização da

cidade, alegando sua monotonia e

forte ênfase ao individualismo.

Paralelamente à abertura interdisciplinar

que ocorreu na área do planejamento

urbano e o amplo desenvolvimento do

desenho urbano, ocorridos entre as

décadas de 1960 e 1970, as UTOPIAS

URBANAS eclodiram com o avanço da

Era da Informática, da Contra-Cultura, da

crise energética e do despertar ecológico.

è Embasadas pelas críticas

empreendidas pelo urbanismo

humanista, assim com pelas idéias

difundidas desde dos anos 50 por

nomes como Herbert Marcuse (1898-

1979), Burrhus F. Skinner (1904-90),

David Riesman (1909-2002) e os

irmãos Goodman, surgiram 02 (duas)

vertentes utópicas:

Ø TECNOTOPIA: solucionava os

problemas através da tecnificação

de ambientes (tecnocentrismo);

Ø ECOTOPIA: voltava-se para o

resgate da relação harmoniosa com

a natureza (ecocentrismo).

A idéia de assentamentos humanos sociais e

ecologicamente sustentáveis ganhou força a partir

dos anos 70, em especial, após a Contra-Cultura,

que apresentou comunidades alternativas,

embasadas no desejo de se abandonar um modelo

de vida dominante e apontar um possível caminho

para a sustentabilidade urbana.

TECNOTOPIA

Em meados da década de 1960, uma

nova geração de arquitetos apresentou a

utopia em resposta ao descontentamento

produzido pela situação da arquitetura e

urbanística modernas. Suas proposições

– na maioria inviáveis – serviram de

germe do futuro, associando algumas

aspirações físico-espaciais com

possibilidades científico-tecnológicas, as

quais ocorreriam num futuro próximo.

è Denominou-se TECNOTOPIA o

conjunto dessas propostas que,

baseando-se em parâmetros técnicoconstrutivos,

desenvolveu propostas

de espaços fantásticos, especialmente

através de grupos de vanguarda. A

arquitetura tecnotópica fez pesquisas

sobre novas tecnologias e

agenciamentos espaciais, acabando

por influenciar toda a produção

ficcional, em especial, a televisão e o

cinema17 dos anos 60 em diante.

Os tecnotopistas propunham espaços variáveis e

multifuncionais, principalmente através da

reciclagem de elementos móveis, que seriam

agregados a estruturas primárias fixas

normalmente destinadas à circulação e aos

serviços; além de criarem megaestruturas

adaptáveis por encaixes, deslizamentos ou

acoplamentos; e emprego de películas

pneumáticas móveis e de “células” sintéticas.

è Criticados por desconsiderarem os

pontos de vista de sociólogos e

psicólogos, criaram uma metodologia

pseudo-científica que incentivava

escolhas libertadoras em prol da

fundação de uma civilização urbana

não-alienada, associada à máquina e

voltada à eficiência técnica e à

qualidade do ambiente construído.

Grupos idealistas:

METABOLISMO (1959)

ARCHIGRAM (1961)

ECOTOPIA

A defesa do retorno do ser humano à

natureza esteve sempre presente na

evolução do pensamento utópico desde a

Renascença, mas foi a partir da

Revolução Industrial (1750-1830) e de

suas conseqüências que passou a ser

teorizada por meio dos ideais românticos

e naturalistas, revestindo-se de uma força

sem igual na década de 1960, quando o

colapso do modelo econômico capitalista

e a situação catastrófica das metrópoles

pareciam inevitáveis (CASTELNOU, 2005).

è A palavra ECOTOPIA foi utilizada

pela primeira vez em 1877 no livro A

crystal age (Uma era de cristal) , do

ornitologista e escritor naturalista

britânico, de origem argentina, William

H. Hudson (1841-1922) , que ficou

mais conhecido por seus romances

exóticos, embora tenha escrito sobre

ornitologia e ruralismo.

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Com o despertar ecológico da década de

1970, a ECOTOPIA passou a ser uma

das alternativas de postura em relação ao

acelerado avanço da tecnologia e da

sociedade de massa, fortemente marcada

pelos mecanismos de alienação e

consumo. Com bases literárias bastante

fortes18, encontrou subsídios para se

difundir como uma nova proposta de

reintegração homem/natureza e do

restabelecimento da harmonia ambiental.

Movimentos Idealistas:

ECO-ANARQUISMO

SURVIVALISMO

Fonte:

www.istoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/ta447_apostila_parte_2.pdf

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